"Tenho que expor ao nosso país que alguns setores do MAPA são escandalosa e ostensivamente perseguidores da pequena indústria cervejeira nacional. Vivemos numa situação de evidente oligopólio, com uma meia-dúzia de grandes cervejarias dominando 99% do mercado e o andar de baixo com cerca de uma centena de microcervejarias desunidas que não têm advogados caros, lobby em Brasília ou poder econômico, sendo massacradas.
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
MAPA e sua relação com as Micros
Recentemente venho acompanhando pela internet a indignação de diversos proprietários de microcervejarias em relação ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a forma de tratar o registro de suas cervejas.
Abaixo, colocarei um texto do Marcelo Carneiro, da Cervejaria Colorado de Ribeirão Preto, que ilustra exatamente o que vem acontecendo.
Lá chegando, o secretário foi cortês e educado como se deve ser. Ligou para o departamento competente e pediu informações sobre o processo. Alguns minutos de conversa cordial e toca o telefone pedindo que eu descesse para falar no andar de baixo. Fui recebido por um funcionário publico irado, perguntando “quem era eu para reclamar com o secretário?”, fez questão de dizer que era concursado e que eu não conseguiria tomar seu emprego — como se eu quisesse algo assim!
Dias depois apareceu por aqui um documento do órgão no qual diziam que estavam vetando o nome Rapadura, alegando que eu queria “lesar o país como fizeram os japoneses quando registraram o nome cupuaçu”. Justo nós, de uma microcervejaria de vinte e poucos funcionários, intentávamos tirar vantagem da poderosa indústria açucareira brasileira e dos pobres cortadores de cana do Nordeste!!! O motivo pelo qual existem produtos chamados Fanta Uva, Fanta Laranja e quetais não foi explicado.
O conformismo
Diante disso, tirei o Rapadura do nome e ficou apenas Vintage Black, Mais meses se passaram, e foi quando o Alexandre (Bazzo) da (microcervejaria)Bamberg me disse que já havia tentado o mesmo nome Vintage, o qual foi rechaçado porque poderia induzir o consumidor a confundir vinho com cerveja… O argumento de que existiam no mercado ao menos duas cervejas estrangeiras com o Vintage no nome não impressionou ninguém.
Concluindo, para chegar ao fim desta odisseia, resolvi chamar a mesma cerveja de Ithaca, na certeza de que o burocrata não saberia quem foi Ulisses nem Homero. O nome foi aprovado em tempo recorde e se livraram momentaneamente deste cidadão chato. Desde então, não piso mais lá – tenho medo de ser mal-interpretado. Tenho um processo novo por lá, de uma nova cerveja, a Double Indica, e sabe-se lá quando será liberado"
Bom, amigos cervejeiros... não podemos cruzar os braços. Temos sim uma arma muito importante que se chama internet, e acho que devemos fazer barulho. Como? Uma ideia seria mandarmos mensagens para a ouvidoria do MAPA, ou através das diversas redes sociais.
Façam sua parte!
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