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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Apaixonadas por cerveja - Bolsa de Mulher


Hoje saiu uma matéria muito interessante sobre mulheres e cerveja, no site BOLSA DE MULHER, guia Bolsa Gourmet.

Eu, como uma apaixonada por cerveja, contribuí um pouco com minha opinião sobre o assunto, que pode ser visto aqui.


Para ver a matéria na íntegra, acesse este link.



Abraços

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Encontro aberto da Acerva em Pompeia - a festa

FOTO: Picasa do Christoph Suwelack

Caros leitores,



Neste último sábado, a AcervA Paulista realizou, juntamente com a Othomania e a Mec Bier, o Encontro aberto em Pompeia-SP.

Tudo começou as 10 hs da manhã com a visita à MecBier. Logo depois todos se encontraram na Othomania onde a cerveja nos levou atá as 2 da matina hehe.
Para ilustrar bem o nosso dia, nada melhor que visitar o blog dos Lamas, onde o David contou tim-tim por tim-tim nosso encontro no oeste paulista.

Gostaria de aproveitar este espaço e agradecer a AcervA Paulista por mais um encontro memorável. Não vou citar nomes para não cair no velho truque do esquecimento.
Agradeço também aos não-sócios que abrilhantaram o dia e que mostraram que tem gente por aí "cervejando" muito bem.

Vamos que vamos juntos, pois a AcervA Paulista tem ainda muito a mostrar em 2010.



quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ainda sobre o dia 10

Para quem não vier ao encontro em si, de noite, quando o bar abrir, a festa continua...


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Notícia bombástica na cena cervejeira

Foi anunciado em primeira mão hoje no site dos nossos companheiros de Acerva, oo-oooos Mineiros, uma notícia CHOCANTE no nosso meio.








APRIL, FIRST!!!
Irmãos Mineiros... INCRÍVEL! Me surpreendeu e me deixou feliz, pois até agora, 22:40 de 1 de abril de 2010, ninguém havia feito nada comigo e nem eu com ninguém (no bom sentido, galera)!!! Eu tava sentindo falta. Amei, de verdade!
Abraços
UPDATE: esqueci de falar do "gran finale"... não esqueçam de "fazer a sua reserva"

Encontro aberto da Acerva Paulista em Pompeia




Caros Amigos Cervejeiros

Dia 10 de abril teremos mais um encontro aberto da Acerva Paulista, desta vez será em Pompeia, terra da Mec Bier e da cervejaria Othomania.

Para sócios da Acerva Paulista em dia com suas contribuições o almoço será uma cortesia da Othomania/Mec Bier com direito a um acompanhante (caso confirmem a presença até dia 2 de abril). Para confirmações feitas depois do dia 2, o acompanhante pagará R$ 20,00 (até dia 7). Após esta última data o valor será de R$ 30,00. A ficha de inscrição será fechada no dia 07 de abril.

Para não-sócios da Acerva Paulista o valor do almoço será de R$ 30,00.


Para garantir sua vaga clique no link a seguir:
inscreva-se aqui
Abraços e até lá

segunda-feira, 29 de março de 2010

Brew Day



Aconteceu neste sábado, dia 27, o Brew Day, na Colorado de Ribeirão Preto.
O evento não só conseguiu unir as Acervas, como colocou todas - e ao mesmo tempo - fazendo brassagens em seus respectivos equipamentos doados pelo Marcelo Carneiro, preprietário da Colorado.

A reunião começou as 8 da matina, dentro da fábrica, onde começaram a colocar os fogareiros para trabalhar. Estavam "cervejando" as Acervas Carioca, Paulista e Mineira.






Pessoal da Acerva paulista que estava comandando um dos equipas.




Pra dar continuidade - e também sustentar nossos corpinhos, já que "saco vazio não para em pé", um ótimo e farto churrasco na loja da Colorado, regado à muita Indica, Demoiselle, Falke e Bamberg, fora as diversas caseiras acondicionadas no gelo na caçamba da Marta Rocha.




O evento foi memorável! Parabéns ao Marcelo, ao Nikima e à todos que estavam envolvidos pela ótima e organizada recepção. Aproveito pra mandar um abração pro "japa" pelas cervas.


Dia 10 é aqui em Pompéia, moçada! Vamos botar pra quebrar!!!







segunda-feira, 22 de março de 2010

Contra a violência: 20% de gorjeta

fonte: Abrasel


Senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) propõe que a gorjeta seja de 20% na madrugada

A solução para os 10% dos garçons ainda não está definido, mas isso não impede que mais projetos de lei venham para dificultar a já tumultuada relação empregador e empregado.

O projeto de lei do senado (PLS 472/09) prevê a cobrança de 20% de gorjeta para as contas que forem fechadas entre 23h e 6h do dia seguinte e não para por aí, a proposta de Crivella prevê ainda que as gorjetas recebidas constituam a base de cálculo das férias, incluído o adicional de um terço, bem como do décimo terceiro salário, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de outros direitos legais, contratuais ou convencionais dos trabalhadores do ramo.

A justificativa dada pelo senador chega a ser revoltante, e como de praxe repassa para o cidadão os deveres básicos do estado: segurança e transporte público. “Eles estão mais sujeitos a riscos de violência, sofrem com as dificuldades de transporte e estão submetidos a um grau de penosidade maior do que aqueles que trabalham nas primeiras horas da noite ou durante o dia”, afirma Marcelo Crivella.


NOTA DO BLOG: opa, adicional noturno serve pra que mesmo???

sexta-feira, 19 de março de 2010

Estilo Hommer Simpson

Rodando pelos blogs, me deparei com este aqui, de um americano relatando sua saga de visitar 365 bares em 365 dias, o famoso 1 ano (heheh).

Parece a vida que pedimos à Deus, né não?
NÃO!!!!! Budweiser, Mart Wombacher?
Eu, heim!!!




quarta-feira, 17 de março de 2010

Mostra reúne obras inspiradas em cerveja na Espanha

Artistas retrataram diversas marcas da bebida em esculturas, quadros e arte digital.

Fonte: G1

Uma mostra recém-inaugurada em Madri reúne obras de artistas plásticos contemporâneos inspiradas na cerveja. Intitulada Cerveja e Arte, a exposição traz pinturas, esculturas, colagens, fotografias e arte digital que retratam a bebida popular em vários países do mundo.






A última ceia', de Da Vinci, ganha versão inspirada na Cerveja Judas, por Pedro Grifol (Foto: BBC)

Veja mais aqui

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Briga boa - e a máscara começa a cair

Em 18/12/09, o Físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor da Unicamp, publicou um artigo na Folha de S. Paulo intitulado "A Cerveja: bebendo gato por lebre". Logo após, Silvio Luiz Reichert,químico e mestre cervejeiro, respondeu ao artigo.
Ontem, 14/01/09, veio a tréplica. Vamos aos fatos:




A CERVEJA: BEBENDO GATO POR LEBRE

FOLHA DE SÃO PAULO - 18/12/09

É inexplicável que sejam tão omissas as autoridades brasileiras quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo

O BRASIL é o quarto maior produtor de cerveja, com pouco mais de 10 bilhões de litros por ano. A China é o maior de todos, com 35 bilhões, e os EUA são o segundo, com 24 bilhões. A Alemanha vem em terceiro, com uma produção apenas 5% maior que a brasileira.
Segundo norma autorregulatória da indústria cervejeira alemã, a cerveja é composta única e exclusivamente por apenas três elementos, cevada, lúpulo e água, tendo como interveniente um fermento. Tradicionalmente, o termo malte designa única e precisamente a cevada germinada.
O malte pode substituir a cevada total ou parcialmente. A malandragem começa aqui. Com frequência, lê-se em rótulos de cervejas a expressão "cereais maltados" ou simplesmente "malte", dissimulando assim a natureza do ingrediente principal na composição da bebida.
Com a aplicação desse termo a qualquer cereal germinado, a indústria cervejeira pode optar por cereais mais baratos, ocultando essa opção.
O poder da indústria cervejeira no Brasil (lobby, tráfico de influência etc.) deve ser imenso. Basta lembrar que convenceram as autoridades (in)competentes nacionais de que não estavam violentando normas que regulam a formação de monopólios ao agregar Brahma e Antártica -o que constituiria então cerca de 70% do consumo nacional- com o argumento de que só assim poderiam concorrer no mercado globalizado. Mas depois foram gostosamente absorvidas por uma multinacional do ramo, certamente uma forma sutil de realizar a concorrência prometida. E não foi tomada nenhuma providência.
Aliás, sempre que aparecia no cenário uma empresa nascente que, pela qualidade, pudesse despertar no brasileiro uma eventual discriminação quanto ao sabor, era ela acuada por todos os meios possíveis e finalmente absorvida, e sua produção, reduzida ao mesmo nível da mediocridade dos produtos das duas gigantes.
Aparentemente, o receio era o de que a população cervejeira, ao ser exposta a diferentes e mais sofisticados exemplos, desenvolvesse algum bom gosto e, consequentemente, passasse a demandar cerveja de qualidade.
A cerveja brasileira (com pequenas e honrosas exceções) é como pão de forma: mata a sede, mas não satisfaz o paladar exigente.
Para esclarecer a questão da má qualidade da cerveja brasileira, vamos fazer alguns cálculos.
A produção nacional de cevada tem ficado nos últimos anos entre 200 mil e 250 mil toneladas, das quais entre 60% e 80% são aproveitados pela indústria cervejeira. Essa produção agrícola tem sido suplementada por importação de quantidade equivalente. Em média, portanto, cerca de 400 mil toneladas de cevada são consumidas na indústria da cerveja no Brasil, presumindo-se que quase toda a importação tenha essa finalidade.
O índice de conversão entre a cevada e o álcool é, em média, de 220 litros por tonelada. Como as cervejas brasileiras têm um teor de álcool de 5%, podemos concluir que seria necessário que houvesse pelo menos seis vezes a quantidade de cevada hoje disponível para a indústria nacional da cerveja. Portanto, a menos que um fenômeno semelhante àquele do "milagre da multiplicação dos pães" esteja ocorrendo, o álcool proveniente da cevada na cerveja brasileira representa cerca de 15% do total.
Há pouco mais de duas décadas foi publicado um relatório de uma tradicional instituição científica do Estado de São Paulo segundo o qual análises de cervejas brasileiras mostravam que um pouco menos que 50% do conteúdo da bebida era proveniente de milho (obviamente sem considerar a água contida).
Como o índice de conversão de grão em álcool para o milho é 80% maior que para a cevada, podemos considerar que a conclusão do relatório em questão atua como álibi, pois satisfaria normas vigentes. Isso também explica a preferência dos produtores de cerveja pelo milho, pois os preços da tonelada dos dois cereais são aproximadamente os mesmos, apesar de consideráveis oscilações.
Esses números permitem, todavia, concluir que o milho (e outros eventuais cereais que não a cevada) constitui, em peso, quase três quartos da matéria-prima da cerveja brasileira, revelando sua vocação para homogeneização e crescente vulgaridade.
Outro determinante da baixa qualidade da cerveja brasileira é a adição de aditivos químicos para a conservação. O mal não está só nessa condição, mas na sua necessidade. O lúpulo em cervejas de qualidade, sejam "lagers", sejam "ales", é o componente responsável pela conservação -além, obviamente, de suas qualidades de paladar.
Depreende-se daí que os concentrados de lúpulo usados na cerveja brasileira são de baixa qualidade. O que é inexplicável e de lamentar, entretanto, é que as autoridades brasileiras, tão zelosas para com alimentos corriqueiros, sejam tão omissas quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo e permitam que o cidadão brasileiro beba gato por lebre.

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE , 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha



A CERVEJA E O ORGULHO DE QUEM FAZ O MELHOR

31/12/2009

A indústria brasileira de cerveja zela pela qualidade de seu produto. Ela sabe que seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto

EM ARTIGO publicado no dia 18 ("A cerveja: bebendo gato por lebre"), o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite atacou duramente a indústria brasileira de cerveja, lançando mão de argumentos ora incorretos, ora infundados, mas sempre injustos. Argumentos que precisam ser refutados em nome de um setor que goza da confiança e da preferência de milhões de consumidores, que foram inaceitavelmente desinformardos. Para deixar claro que não aprecia o produto que é feito no Brasil e consumido e aprovado pelos brasileiros, o autor se vale de números errados e premissas levianas que não levam à conclusão por ele desejada, a de que a cerveja brasileira é ruim porque elaborada de maneira enganosa, na base da "malandragem", utilizando-se de produtos de baixa qualidade, ludibriando o consumidor e afastando-o do que o autor considera "bom gosto".


A indústria nacional de cerveja possui tradição de mais de cem anos e tem orgulho de produzir bebidas de altíssima qualidade, assumidamente mais leves, menos encorpadas, mais refrescantes, mais digestivas do que similares europeias e condizente com o clima brasileiro e com o que deseja o consumidor. Ao contrário do que dá a entender o artigo, as grandes cervejarias obedecem à legislação brasileira, que determina que a porcentagem de malte (cevada submetida a processo controlado de germinação) contido no extrato que dá origem à bebida não pode ser menor do que 55%. Os demais cereais que o mestre cervejeiro usa nas fórmulas, dentro da lei e das boas práticas da profissão e da produção, são não maltados, ao contrário do que diz o autor, e empregados para alcançar as características que se pretende: mais malte é igual a cerveja mais encorpada e mais pesada; menos malte (respeitando o mínimo de 55%) é igual a cerveja leve, refrescante, suave. A segunda e incompreensível incorreção do físico vem no bojo de conta que ele faz para tentar convencer que a cerveja fabricada no Brasil utiliza outros produtos que não a cevada para ludibriar o consumidor. Prova: o Brasil não produz nem importa cevada suficiente para dar conta da demanda de malte dos fabricantes. De fato, não mesmo. Tanto que a maior parte do malte utilizado pelas grandes indústrias, algo em torno de 65% ou mais, é importado. Mas isso não entrou na conta do autor. Da mesma forma, ele desconsidera que mais malte ou menos malte na cerveja é antes de tudo uma opção do mestre cervejeiro na formulação de seu produto. Em algumas marcas de grande penetração no nosso mercado, esse percentual chega a 100%. Trata-se de opção técnica, cujo único objetivo é justamente produzir um produto de acordo com a preferência do consumidor, nunca enganá-lo. Claro que há gosto para tudo, tanto que fabricantes nacionais mantêm em seu portfólio inúmeras marcas importadas, belgas, alemãs e outras. Mas essas marcas ocupam uma faixa inexpressiva do mercado, por um motivo muito simples: a imensa maioria prefere a cerveja brasileira. Ainda para tentar convencer o leitor de que a "má qualidade" origina-se na opção por produtos ruins, o autor comete mais um erro: afirma que o índice de conversão do grão de milho em álcool é maior que o da cevada. Trata-se exatamente do oposto: a cevada tem rendimento de 67% na composição do extrato originário da cerveja, enquanto o milho atinge apenas 56% de rendimento. Há ainda a contestar um argumento leviano e duplamente incorreto. O autor diz que a tal "má qualidade" seria, também, decorrência da utilização de conservantes químicos. As cervejarias brasileiras de primeira linha não usam conservante por dois motivos: primeiro, porque é ilegal, trata-se de prática vetada pela legislação; segundo, porque totalmente desnecessário, já que a conservação da cerveja de boa qualidade é garantida pelo seu próprio processo de fabricação. Por fim, o autor mira suas baterias contra o lúpulo utilizado no Brasil, também este de "baixa qualidade". Talvez ele não saiba que o produto é importado da Europa (onde é utilizado inclusive no fabrico das cervejas alemãs, por ele citadas) e dos EUA, que mantêm rígidos padrões de qualidade para o produto. Esse nível de desinformação se choca frontalmente com o patamar de excelência em que se encontra a indústria brasileira de cerveja. Trata-se de um setor que investe permanentemente em pesquisa e inovação, dispõe das mais modernas tecnologias e zela pela qualidade de seu produto porque tem plena consciência de que, diferentemente do que pensa o autor do artigo, seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto.


SILVIO LUIZ REICHERT, químico, mestre cervejeiro pela Doemens Fachakademie, da Alemanha, é vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev.-




CERVEJA: O ORGULHO DE QUEM FATURA MAIS

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE

Por que as cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?


Em texto anônimo, assinado por um certo Silvio Luiz Reichert e intitulado "A cerveja e o orgulho de quem faz o melhor" (30/ 12), a multinacional de capital estrangeiro Anheuser-Busch Inbev, proprietária da AmBev, responde ao meu artigo "A cerveja: bebendo gato por lebre" (18/12/09).

Entretanto, não responde à principal acusação, a saber, o engodo de que foi vítima o governo e o povo brasileiro pela fusão Antártica-Brahma, quebrando princípios e a legislação contra a formação de cartéis com a desculpa de que, fundidas, poderiam enfrentar a competição com multinacionais -para ser o cartel, em seguida, absorvido por empresa estrangeira.

Também não foi explicada a prática perversa de coação a cervejarias nascentes para depois absorvê-las e aniquilá-las ou banalizar seus produtos. Pois bem, a mentira tem muitas faces, como se vê em seguida.

1) Maranhão, mentira bem urdida (padre Vieira, "Quinto Domingo da Quaresma"). Diz o echadiço que "a maior parte do malte utilizado pelas grandes indústrias, algo em torno de 65% ou mais, é importado. Mas isso não entrou na conta do autor". Ora, ou o trombeta não sabe ler, ou é intelectualmente apoucado, ou é mal-intencionado, ou os três, pois foi exatamente com a soma da cevada produzida no Brasil com a importada que foram feitas as minhas contas.

2) Patranha, mentira para tolos, crédulos. Afirmei e reafirmo aqui que a taxa de conversão da cevada em álcool é de 0,216 L/kg, e de milho em álcool é de 0,388 L/kg. E o sofista responde com as taxas de rendimento "na composição do extrato originário", o que nada tem a ver com conversão em álcool. Os dados, em todo caso, podem ser encontrados por exemplo no estudo "Culturas energéticas e o etanol", de Tiago Mateus. O leitor interessado também pode encontrar os dados de importação e exportação em www.cnpt.embrapa.br ou www.quercus.pt e com isso repetir os meus cálculos. Cuidado, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), pois está sendo ultrapassado desavergonhadamente em seu recorde mundial.

3) Inverdade, eufemismo (Machado de Assis, "A Semana"). Diz o buzina que "as cervejarias brasileiras de primeira linha não usam conservante (...) porque é ilegal". Será que a legislação brasileira é diferente para cervejas de segunda linha? E quais são as cervejas de segunda linha que, de acordo com a legislação brasileira, podem legalmente intoxicar os brasileiros com conservantes?

4) Embuste, quando é calculada para enganar. Diz o passavante que conservantes não são usados por serem desnecessários. Então para que servem o antioxidante INS 315 e o estabilizante INS 405, como se lê em letras miúdas de quase todos os rótulos de cervejas da AmBev e das demais cervejarias nacionais? Será que a mudança de nomenclatura de "conservante" por seu sinônimo, "estabilizante", satisfaz o legislador brasileiro? Será que o sarabatana estaria chamando o brasileiro de analfabeto, incapaz de ler o rótulo, ou de idiota, pois incapaz de entender o que lê?

5) Patarata é mentira com basófia, ostentação. Diz o estafeta que o lúpulo que é usado no Brasil vem da Alemanha e dos EUA e, portanto, é tão bom quanto o usado naqueles países.

Mais uma vez ofende a inteligência do leitor da Folha e do brasileiro em geral. Importamos vinhos de excelente e de péssima qualidade da França, da Itália etc. Os de baixa qualidade são mais baratos. Importamos bons e péssimos filmes dos EUA.

A diversidade da qualidade do lúpulo alemão é, reconhecidamente, enorme. As cervejas americanas são quase tão "leves, refrescantes e digestivas" e homogeneamente banais quanto as brasileiras. Que o leitor experimente uma dessas vulgares cervejas americanas. (Aliás, se alguém precisa de digestivo, é melhor tomar sal de fruta Eno do que cerveja da AmBev. E o gosto não é muito diferente). Então por que as boas cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?

6) Intrujice, quando se abusa da credulidade de fraternos. E, agora, o maior dos sofismas, o abuso repugnante de um sentimento de brasilidade dentro da mesma técnica que a AmBev elabora suas indecorosas propagandas televisivas, que induzem o cidadão desavisado a consumir suas cervejas pela associação com objetos de desejos primitivos: carros de luxo, mulheres seminuas, fartos banquetes, ou seja, a peta da promessa de sucesso.

Os pífios argumentos do recadista apenas comprovam o baixo nível ético da empresa que o emprega.

Fonte: Folha de S. Paulo, página 3, dia 14/1/2010.


NOTA DO BLOG: estou rindo até agora, depois eu comento! :)